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Jundiaqui

 Para relembrar Aguinaldo de Bastos, poesias é claro…
25 de agosto de 2020

Para relembrar Aguinaldo de Bastos, poesias é claro…

Escritor e poeta morreu há três anos e aqui você vê um pouquinho de seu trabalho

Aguinaldo de Bastos, advogado e poeta, é o autor da Lei do Dia da Consciência Cidadã da Igualdade. Escreveu livros que têm tradução para i inglês, o francês e outras línguas. Destaque para “Ouvindo Estrelas”, “O Náufrago Negro” e “O Elo Perdido”.

Aqui, alguns de seus poemas:

UMA LUA, DUAS LUAS, MUITAS LUAS
.
Uma lua cor de cinza
flutua no céu escuro
.
Uma lua
duas luas
muitas luas
milhões de luas
eu vejo
quando fecho os olhos
e beijo
a boca de quem
me quer bem
.
Ah quem não tem
com quem
viver bem
não vê
nem crê
que existem luas,
uma
duas
muitas luas
que brilham
e rebrilham
no céu interior
de quem tem um amor
.
Não vê nem a lua
que passa
e flutua
cheia de graça
no céu de todo dia
com aquela fantasia
que o poeta lhe sabe dar
quando principia
a amar alguém
que também
lhe quer bem
.
Ah quem não tem
com quem viver bem
não vê
nem crê
que existem luas
uma
duas
muitas luas
que brilham
e rebrilham
no céu interior
de quem tem um amor
.
Uma lua cor de cinza
flutua no céu escuro

CIDADE DO HOMEM HORIZONTAL

cidade das coisas proibidas

não tem fontes luminosas

não tem bustos de poetas nas avenidas

não tem jardins

não tem jornal

não tem filosofia

cidade do homem horizontal

ETERNO RETORNO

Surge

e cintila no azul do horizonte

a mensageira estrela vespertina.

É o círio primeiro que desponta

para marcar o funeral do dia …

A SENZALA

Eis o casarão a que chamam senzala.
Janelas estreitas, aspecto sombrio,
quem mora lá dentro por certo não fala…
É quieto e tristonho o infeliz casario.
.
Paredes escuras, soturno telhado.
São largos e toscos seus feios portais.
Comentam que ali é um lugar habitado
por vultos estranhos que sofrem demais…
.
Canções langorosas, sentidas palavras,
à noite eles cantam enquanto uma dança
dançada com graça por jovens escravas,
distrai os que vivem sem ter esperança.
.
A música é triste, infeliz e marcante,
e cantam-na aqui quando dói a saudade
do bem que perderam na pátria distante,
oh Deus! o seu único bem! Liberdade!…

Leia também: Poeta da Igualdade foi morar com as estrelas

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